Nas palavras a mensagem, na Alma a satisfação da Mulher, da Mãe que deu.
A entrega, a Missão.
Mais um conto no Feminino de Amor
"Esta história podia começar desde o ínicio, que é (ou melhor foi…) tão saboroso, tão único, mas vou contá-la a partir do dia que todas as grávidas pensam e certamente não esquecem, antes ou depois dele acontecer.
30 Agosto de 2010
O meu dia…
Levantei-me bem cedinho, para mais uma ida à casa-de-banho, o fatídico xixi que já se sabe fazer parte do processo. Mas desta vez tinha brinde, o famoso rolhão mucoso tal qual como a T., minha doula me tinha falado. Depressamente disse ao I., o pai e companheiro, do feito. Estava para breve, mas nunca pensando para tão breve .
Fiquei excitada e ligeiramente nervosinha, até porque nesse dia, tinha a temida consulta no hospital, a do toque. Alimentei esse medo durante tanto tempo e depois foi como o rebentar duma bola de sabão, suave e rápido.
Na espera para a consulta, uma moínha não me deixava ficar sentada por muito tempo e aí percebi que o meu bebé estava a dizer-me que se estava a preparar para nascer. Sabia-o como a certeza de que o Sol nasce todos os dias, mas guardei para mim esse feeling poderoso e gostoso.
A consulta acabou e seguiam-se uns planos a dois, com o pai, mas na curta viagem até casa percebi que já não estava em condições de andar na rua. Seguiu o pai I. com os planos e uns 40 minutos depois chegou a casa. Sentindo que algo se passava comigo, sugeriu num tom leve, mas inquieto, que fosse até à piscina para relaxar um bocadinho. Aceitei o convite e assim que entrei na água, dores misturadas com mil sensações diferentes e todas tão iguais, tomaram conta do meu corpo, da minha mente e do meu espírito. O meu trabalho de parto tinha realmente começado.
À volta, apenas existiam uns metros quadrados muito poucos de casa, um companheiro atarefado a arrumar o Lar que estava confuso e desarrumado e eu que não ficava quieta por muito tempo. Neste limbo que se passava no exterior, eu estava noutro plano qualquer, num sítio onde as horas não têm relógio e onde a base mental que guia, tinha desaparecido por completo. Estava completamente mergulhada naquele processo, às vezes doloroso, às vezes cansativo, às vezes algo que não tem palavras.
E ali estava eu, em plena cozinha, enfiada numa piscina com água quente a viver o tão esperado momento, apenas comigo, com o meu bebé e com o meu amado, fiel e paciente companheiro, que tão bem desempenhou a sua função minuto a minuto.
Não sabia que horas eram, quantos dedos de dilatação tinha e há quanto tempo estava a viver e a sentir aquele intenso processso, mas em menos de nada, estava a pedir ao Ivo, para ligar à T. para ela vir. Estava a chegar a altura e queria tê-la comigo. Precisava de sentir força feminina.
Ansiava pela sua chegada e na altura certa, ela apareceu. Por esta altura, já estava cansada e começava a desesperar por querer sair de todo o tormento fisíco, contorcia-me, gemia, estava em todos os lados, menos ali. Queria parir!
Poucas foram as palavras da T., as que mais queria ouvir foram.
“Então faz força!”
E uau, tão bom. Levantei-me da piscina, agarrei-me ao frigorífico e fiz a tão esperada e ao mesmo tempo temida força que faz nascer.
Duas ou três “forças” depois, as águas rebentaram. Um jacto explosivo saíu dentro de mim. Fiquei atónita e por momentos senti a vibração do exterior, que era expectante, silenciosa e entusiasmada ao mesmo tempo.
Seguiram-se momentos fortes, como pedir ajuda e apoio à minha fantástica equipa, tão familiar e tão discreta. A T. e a sua filha G. e o I..
Senti-me totalmente segura com o que tinha escolhido para aquele dia e sabia que o meu filho ia nascer naquela cozinha.
Mudei de posição várias vezes e quando o corpo descobriu a escolhida, o processo de descida começou. Primeiro um medo incrível do que vai acontecer com o corpo, misturado com uma sensação de prazer inesquecível, de que estavamos a conseguir e de que passado pouco tempo ia ver pela primeira vez, o rosto do meu mágico bebé. Iamos nos conhecer do lado de cá .
Força, força e mais força, a sua frágil cabeça foi rasgando o meu corpo com o calor de todos os vulcões,a vida estava a descer pelo meu Canal. Senti-me poderosa, leoa, ancestral e mais poderosa ainda. Cá fora eles diziam: “Faz força, estás a ir bem, continua. Já estamos a ver a cabeça e o cabelo do Noah”. Uau, pensei eu. Mais uns sopros de coragem e determinação e splash, o Noah nasceu. E nesse momento todos os momentos que vivi tão intensamente, diluiram-se, desaparecendo para um lugar longínquo.
Meia atordoada de tanta excitação, dei as mãos ao corpo do meu bebé e peguei pela primeira vez no mais macio, quente e saboroso corpinho. Encostei-o ao peito e uma sensação que tem todas as sensações existentes, tomou conta demim. O meu bebé estava cá fora, ao meu colo. Miava como um gatinho.
Nasceu tranquilo, feliz e enroladinho.
Passaram-me muitossssssss momentos depois deste e num pulo, dois meses se passaram.
O nosso enroladinho preenche agora quase todos os momentos dos meus dias.
De dia para dia, estamos cada vez mais apaixonados por ele e ele vai-se desenrolando e abrindo para o Mundo, já fazendo as melhores graçinhas que o Mundo poderia ver .
Parir um filho é um momento isolado, único e que passa.
Ter um filho e amá-lo, entende-lo e cuidá-lo é para toda a Vida e esse é o GRANDE DESAFIO.
É A PARTIR DAQUI QUE A GRAVIDEZ, O PARTO E TUDO O QUE ENVOLVE O PROCESSO, REALMENTE ACONTECE E DESMISTIFICA-SE.
Parir um filho é a sabedoria mais antiga da Mãe Terra e nos mistérios da Vida, tudo está feito por forma a ser perfeito, belo e suave.
Agora o que tu escolheres e acreditares é que vai definir, o teu/vosso/nosso GRANDE DIA.
Que a Luz e os Deuses (todos J ) estejam convosco neste momento das vossas Vidas*
Agradeço com toda a minha entrega ao meu filho Noah, Ivo, Teresa e Gaia, por terem feito parte deste dia!
No tempo dos humanos, na Era dos Relógios, as contrações á séria começaram às 19h00, as àguas rebentaram às 04h00, às 05h11 o Milagre da Vida aconteceu, o Noah nasceu.
Confiem no vosso corpo, não pensem demasiado, não planeiem o desconhecido, entreguem-se sem querer saber o que quer que seja. Os bebés e as mães sabem fazer nascer. PONTO."
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