01 dezembro 2010

Porquê eu?



Esta é uma pergunta que fazemos com muita frequência quando alguma coisa não corre bem com gostaríamos que tivesse corrido, quando nos sentimos magoados com quem amamos, ou simplesmente com o Mundo.

Talvez a primeira pergunta que devêssemos fazer em vez de “Porquê eu?”, fosse
“ Para quê que isto está a acontecer?”.

São perguntas simples que todos fazemos, mas mais que a simples pergunta em si, estas  ajudam-nos a perceber, perspectivar e equacionar de outra forma o nosso Eu, ou melhor, parte do nosso Eu íntimo, que temos tendência a enterrar para não mais voltar a falar, refiro-me á Criança Interior.

A muito, muito tempo atrás, num reino muitissimooooooo lOnGiNqUooo existiu uma Criança como todas as outras, com sonhos, Certezas e Verdades que não eram só seus, eram de todos, era para Todos!

Essa criança nem sempre foi nutrida, Amada, Acarinhada tal como queria, como gostaria, como tinha a certeza que merecida ser Tratada! Resignou-se porque segundo o que os adultos diziam eram mesmo assim, não se pode de facto ter tudo, nem pedir, ter, esperançar tudo, nem sonhar tudo, nem tudo de tudo...

Chorou lá atrás sob a capa da conformação forçada, fingida, perante a crueldade da Vida, ou a insensibilidade dos adultos que não disseram simplesmente tens direito de gritar a tua Vontade, porque ela é Boa, é Válida, é Tua!

Recalcou o direito de Ser, tal como É, não se sentiu protegida dentro do seu Espaço de Amor, sim do SEU Espaço de Amor, criado só para si, que injustiça!
Hoje efervesceu e Cresceu, agora faz parte do mundo dos adultos que outrora a recalcaram violentando o seu direito Sagrado de Ser, a roda mecânica não deu tempo para ser diferente, para com Consciência mudar a situação e voltar a sonhar com olhos de criança...

Este é o padrão que muitos de nós conhecemos, Crianças Interiores magoadas muitas vezes por situações que para outros seriam banais, muitas vezes sem saber que de facto estavam feridas na sua sensibilidade de Ser e que neste presente basta um rastilho para despoletar um fogo imenso que transborda sem motivo aparente ou porquê.

Todos já fomos magoados e transportamos isso ainda hoje fechado numa caixa pequenina que teimamos em dizer que não sabemos da chave, que a deitamos fora, sei lá tantas mentiras que inventamos para pseudo protegermo-nos do feio que é não termos dito tudo o que queríamos, como queríamos, como nos haviam dito.

Agora é tempo de deixar a nossa criança gritar, espernear, soltar ao vento tudo o que sente, é tempo de Curar!

Ao termos esta percepção abrimos uma nova janela para o nosso auto conhecimento, a uma ligação mais próxima, mais intima, mais centrada em nós, no que somos e o que viemos fazer Aqui, Agora.

Não desperdicemos esta chave para a nossa vida mais intima e sensível, entramos nos salões da memória calmamente, permitindo-nos chorar, rir, gritar, sem medo, porque de facto a única consequência é a cura do nosso Ser, “o regresso a Casa” de onde partimos na expectativa de não esquecer o caminho para indicar a outros.

Então em vez de “Porquê eu?”, pergunte “Para quê que isto aconteceu?”

Receber esta iluminação, entrar neste intenso processo de Cura é uma Transmutação vigorosa, é deixar de ser a criança pequena que chora e passar a ser o Adulto Consciente que vê o mundo com o olhar e brilho de criança.
O adulto que sonha com segurança, que tem fé,  este é o maior contributo o avanço Planetário, o autoconhecimento e elevação da Consciência pessoal e colectiva. 

Sem comentários:

Enviar um comentário